Gás que pode ser letal, monóxido de carbono atinge níveis altíssimos em parte do Brasil
A intensa onda de incêndios que vem devastando partes do Brasil e de países vizinhos na América do Sul, como Bolívia e Paraguai, elevou os níveis de monóxido de carbono (CO) na atmosfera, segundo informações do MetSul Meteorologia, com base em dados obtidos pelo satélite europeu Sentinel-2 do Sistema Copernicus. As concentrações desse gás tóxico são mais altas no Sul da Amazônia, em áreas do Centro-Oeste, no Sul do Brasil e até em São Paulo.
De acordo com o MetSul, os picos mais alarmantes foram registrados no sul do Amazonas, em Rondônia, além de zonas da Bolívia e Paraguai, principalmente fora do altiplano boliviano e na região de Santa Cruz.
O monóxido de carbono, um gás invisível e sem odor, pode ser letal em ambientes fechados e sem ventilação adequada. Considerado um dos principais poluentes do ar, sua emissão está regulamentada em várias partes do mundo. Ele é liberado quando combustíveis à base de carbono, como madeira e carvão, queimam de maneira incompleta ou ineficaz.
O gás se dispersa pela atmosfera por meio dos ventos, com suas concentrações variando conforme a estação e a localização. Na África, a queima de áreas agrícolas contribui para picos sazonais de monóxido de carbono, enquanto na Amazônia e no Sudeste Asiático, os incêndios florestais são a principal fonte desse poluente, conforme destaca o Metsul. Já nos Estados Unidos, China e Europa, as maiores concentrações de CO estão relacionadas a emissões industriais e de veículos em grandes centros urbanos.
Embora o monóxido de carbono não contribua diretamente para o aquecimento global, como o dióxido de carbono e o metano, ele desempenha um papel importante na química atmosférica, afetando a capacidade da atmosfera de limpar outros poluentes e influenciando a formação de ozônio em baixas altitudes, prejudicial à saúde humana.
Ainda de acordo com a empresa de meteorologia, a fumaça dos incêndios, composta por monóxido de carbono, dióxido de carbono e partículas finas (PM2,5), representa sérios riscos à saúde, especialmente para pessoas com problemas respiratórios ou cardíacos, além de grupos vulneráveis como crianças, gestantes e idosos.
A inalação de altos níveis de fumaça pode causar irritação nos olhos e vias respiratórias, náusea e dificuldade para respirar. As partículas finas, em particular, penetram nos pulmões, piorando condições pré-existentes, como asma e doenças cardíacas. O esforço físico em ambientes com altos níveis de poluentes pode agravar os sintomas, que, embora desapareçam após a exposição, podem persistir por vários dias.
Fonte: Redação Terra